segunda-feira, 27 de abril de 2020

O MUNDO MUDOU OS ESPÍRITAS



O certo seria o contrário. O movimento espírita, como todas as agremiações cristãs contemporâneas, teve um desvio ou relaxamento do padrão moral e comportamental dos adeptos nos últimos 30 anos, devido à sua popularização demográfica e massificação pelos meios de comunicação.

Explicamos: antes os adeptos eram geralmente de famílias espíritas ou iniciados nas casas espíritas de forma gradual e estável. Isso dava ao conjunto dos seguidores uma característica e um perfil aprofundado, solidário e cooperativo.

Com essas mudança citadas, houve uma proliferação de adeptos simpáticos aos conceitos espíritas, mas que não receberam no devido tempo cronológico a iniciação doutrinária e a consequente maturação de convívio do tempo psicológico. São mais competitivos, superficiais e instáveis.

Com exceção de uma minoria que já chega apta intelectual e espiritualmente, predomina hoje os que não assimilam valores nem desenvolvem as experiências vivenciais necessárias à maturação moral. Nas igrejas ocorreu o mesmo fenômeno, sobretudo nas tracionais ou históricas.

Esse fenômeno também provou a dispersão de seguidores para formar outros núcleos numa velocidade reprodutiva massificante, gerando confusão e deturpação dos conceitos e valores doutrinários. A espiritualidade e os carismas foram sendo suplantados pela teologia.

A Escola de Aprendizes do Evangelho, método iniciático espírita criado na FEESP em 1950, conseguiu combater em grande parte essa vulgarização do espiritismo, formando gradualmente aprendizes, servidores e discípulos para vivenciarem a doutrina em forma de estudos, auto-conhecimento e trabalho voluntário fraterno. Foi criado para esse fim e produziu novas gerações com o perfil desejado. Não se trata de ideia de perfeição nem exclusivismos, mas de comprometimento e autodisciplina.

Nas demais agremiações, com exceção das tradicionais e rigorosas no processo de acolhimento e iniciação de novos adeptos, segue o desnivelamento comportamental entre os antigos e os novos espíritas.

Natural que ainda se diga com frequência: não existem mais espíritas como antigamente.