sexta-feira, 9 de julho de 2010

Crime e castigo

Numa inesquecível comunicação mediúnica feita há de mais de trinta anos, o Espírito Bezerra de Menezes explicava os ouvintes sobre os motivos das preocupações do Alto com as mudanças que o mundo passaria nas décadas seguintes. Ele alertava, em palavras simples e afetuosas, que a Humanidade atual passaria por um grande abalo moral, necessário ao reajuste espiritual das coletividades. Almas há muito dedicadas ao erro e aos abusos da razão seriam atraídas para o nosso planeta para encarnações de provas altamente dolorosas e envolvidas em complexas tramas pessoais. Segundo o Dr. Bezerra, o sinal dessa nova realidade seria a sucessão em grande ocorrência de crimes hediondos, praticados por Espíritos mentalmente desequilibrados e desprovidos dos sentimentos humanos fundamentais. A influência crescente dessas mentes doentias na sociedade seria irreversível exatamente por causa da ligação espiritual das mesmas com as famílias já um pouco mais evoluídas, porém devedoras desses delinqüentes com quais praticaram atos condenáveis no passado, seja como parceiros diretos, seja como co-participantes omissos em seus atos criminosos. Eles voltam e logo se manifestam como agressores de situações que não compreendem e que elegem como obstáculos que devem ser removidos a qualquer preço. Para eles os fins justificam os meios e daí resultam os crimes mais absurdos e gestos de crueldades incompreensíveis para com os semelhantes. Os céticos podem até dizer: mas o mundo sempre foi assim e desde sempre os crimes fizeram parte do nosso cotidiano. Porém lembramos: não com a velocidade e freqüência com que vem ocorrendo nos últimos tempos.

Mas ainda resta algo de positivo diante de acontecimentos tão chocantes: é o fato de que a consciência é inexorável e, cedo ou tarde, nunca falha como dispositivo moral. Sempre, em algum momento ou circunstância, ela surge como elemento corretivo e purgador dos excessos e desvios humanos. Ninguém com um mínimo de referência moral, adquirida no convívio familiar e afetivo, pode suportar no mundo íntimo a ação corrosiva da culpa e do remorso. Por piores que sejam as nossas intenções e os nossos atos, a consciência sempre nos reconduz ao caminho perdido, pelo amor ou pela dor. Sempre retornamos não somente aos cenários dos crimes que cometemos, mas também o fazemos em circunstâncias muito semelhantes aos atos pretéritos. É o perigoso jogo da morte para reaprendermos o valor da Vida.

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