


Jean Meyer, discípulo de Allan Kardec.
Erradicou-se para a França aos 18 anos de idade, adquirindo nacionalidade francesa após ter criado, com o seu trabalho, uma situação de primeiro plano no comércio e, mais tarde, na exploração vinícola; desencarnou em Paris, no dia 13 de abril de 1931, após longos meses de sofrimento, paciente e corajosamente suportados.
Em 1914, Jean Meyer, então abastado insdustrial e comerciante suíço, considerado por suas obras de flinatropia, conheceu o Espiritismo por intermédio de sua prima Mme. Demare. Da mesma forma como acontecera com Camille Flammarion, Jean Meyer se tornou espírita lendo as obras de Allan Kardec e de León Denis. Ele descobriu nelas uma nova filosofia plena de lógica e de raciocínio, até então desconhecida, tornando-se um dos mais ilustres espíritas.
Em 1918, Jean Meyer adquiriu os direitos de “ La Revue Spirite ”, de Paul Leymarie, assegurando, assim, a sobrevivência desse órgão. Paul Leymarie, porém, permaneceu na gerência de Revista até o ano de 1924, tendo como secretário Kermário, pseudônimo de um poeta.
A revista deixa a livraria. Jean Meyer adquiriu uma residência no número 8 da rue Copernic, a que deu nome de “Maison des Spirites”.
“ La Revue Spirite ” reunia, nesse tempo, as mais destacadas personalidades do Espiritismo: Gabriel Delanne, Leon Denis, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano, A.Bénezech, Marcel Laurent, M. Cassiopée, General Abaut, Dr. Gustave Geley, Marcel Semezies, Pascal y Matilde Forthuny, Louis Gastin, Henri Sausse, Paul Bodier, Sir. Arthur Conan Doyle, Santoliquido, Rocco, León Chevreuil, Hubert Forestier e outros.
Em 1920 o tamanho da revista era de 25,5cm x 16,5cm e em 1923 era mensal, com 48 páginas. Jean Meyer exerceu a direção da Revue até 1931, quando desencarnou.
Unión Spirite Française
Gabriel Delanne, pouco antes de seu desencarne, ocorrido em 15 de fevereiro de 1926, faz um acordo com Jean Meyer, em virtude do qual funde a resvista que dirigia, fundada em 1896.
Ainda em 1918, Jean Meyer adquiriu um belo hotel, onde foi instalada a Unión Spirite Française, com a qual também colaborara para dar nascimento, e que, a 23 de abril de 1919, foi reconhecido pelo Governo francês. O primeiro presidente deste instituto foi o Dr. Roque Santoliquido, professor, deputado e Ministro da Saúde Pública, ocupando a vice-presidência o não menos notável Dr. Gustave Geley.
Jean Meyer fundo também a editora Jean Meyer Editeur, criada com seu nome para possibilitar a publicação e propagação dos livros espíritas e metapsíquicos.
Em 1922, a “Librarie des Sciences Psychologiques”, por conta da Fundação Jean Meyer, a “Bibliothèque de Philosofie Spiritualiste Moderne et dês Sciences Psychiques (BPS)”, também fundada por Jean Meyer, lançaram “Editions Mille”, uma verdadeira operação de divulgação, a preços populares, das obras de Allan Kardec, de autores clássicos e contemporâneos. Somente de O Livro dos Espíritos, a tiragem foi de 70.000 exemplares.
Em 1925, na “Maison dês Spirites” se realizou o Congresso Mundial de Paris, tendo sido Jean Meyer o seu organizador e Leon Denis o presidente, que teve ao seu lado Arthur Conan Doyle, ilustre escritor britânico. Este congresso foi pleno de sucesso e o de maior repercussão.
Jean Meyer foi membro de várias entidades científicas da França e de outros países. Em 1928, com um fundo de 4 milhões de francos, constituiu a “Societé d”Etudes Métapsychiques”. No Congresso Espírita de Londres, realizado em 1928, juntamente com Arthur Conan Doyle, de quem era muito amigo, pronunciou as seguintes palavras: “É pela união da Ciência com o Espiritismo, com essa fé racional que ele nos dá, auxiliando-se um ao outro, que chegaremos a uma compreensão cada vez mais justa e sempre mais elevada da obra de Deus”.
Meyer despendeu parte de sua fortuna na divulgação do espiritismo através das Edições Meyer e na sustentação da Unión Spirite Française. Teve em Gustave Geley um companheiro com o qual estudou muito e desenvolveu persistentes investigações.
Em 13 de abril de 1931, desencarnou. Foi um digno e destacado continuador da obra de Allan Kardec.
Fonte: Revista ICESP
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