quarta-feira, 30 de junho de 2010

Educando corações feridos e violentos

Evelyn Mercer (Fionnula Flanagan) sorrindo para os filhos adotivos nos momentos mais difíceis: lembranças afetivas ou presença do Espírito?


Quatro Irmãos
é um filme bastante conhecido do público, especialmente dos jovens, que enxergam nos personagens um espelho daquilo que gostariam de ser: problemáticos, cheios de conflitos, porém despojados e corajosos em suas fortes personalidades. A história de violência e riscos de se viver num subúrbio de Detroid é tão desagradável e inseguro quanto a realidade daquele ambiente urbano decadente (o frio e a neve aumenta essa impressão). Mesmo assim, ao ver uma ou duas cenas sempre dizemos pra nós mesmos: preciso ver isso até o fim. E quando vemos novamente, justificamos: quero conhecer melhor as razões de cada um dos irmãos Mercer. Por incrível que pareça o filme está repleto de espiritualidade e perspectiva humana renovadora. Nele confirmamos que, quanto pior a situação e o meio, maior é o valor e a necessidade da educação. Quatro crianças “ruins”, que não conseguiram ser encaminhadas pelo programa de inclusão, são adotadas pela própria administradora Evelyn Mercer (Fionnula Flanagan). Esta é assassinada num mercadinho de bairro e os quatros filhos voltam para o funeral e resolvem desvendar a trama que tirou a vida da única pessoa que ligou para eles desde que foram abandonados. É certo que a "moral da história" é uma apologia da vingança, mas é impossível não perceber efeito do amor em corações tão endurecidos. A trama cármica (no sentido de ação/reação e compromisso espiritual) é visível para quem tem olhos de ver. Um policial que é amigo de infância dos rapazes comenta com um colega: "Eles são péssimos, mas seriam muito piores se não tivessem convivido com ela". Toda a crueldade e frieza das cenas são esquecidas quando, nos momentos de crise pessoal, aparece a imagem de Evelyn “morta” sempre sorrindo e atenciosa, respondendo as dúvidas e incertezas dos filhos que agora são adultos. Isso ocorre graças ao trabalho inspirado dos roteiristas David Elliot e Paul Lovett e do diretor John Singleton. É comovente. Tão real e comovente que, para os espíritas, dá a impressão nítida que se trata do próprio espírito da mãe que está presente. Por que não?


O elenco: Mark Wahlberg, Tyrese Gibson, Andre Benjamin e Garrett Hedlund

terça-feira, 22 de junho de 2010

Dúvidas?


O advento do Espiritismo foi anunciado com todas as características dos grandes eventos proféticos, não somente no aspecto religioso, mas sobretudo no sentido mais amplo, ou histórico. É talvez muito mais nesse sentido que Allan Kardec e os Espíritos Superiores tenham utilizado com tanta ênfase a expressão “ Os tempos são chegados”.

Observando pela ótica da grande duração temporal, a humanidade já passou por três grandes ordens ou tendências: à primeira ordem poderíamos chamar de Construção e Ilusão da Antiguidade, marcada pela transição entre a pré-história e a civilização, na qual a mente humana adquire o sentido vertical, um olhar para o tempo futuro e passa a idealizar pelos mecanismos utópicos as suas perspectivas e expectativas.

A segunda ordem poderíamos denominar como a desconstrução e desilusão da Modernidade, período do surgimento, desenvolvimento e crises sucessivas do capitalismo (mercantil, industrial e financeiro).

E finalmente a terceira ordem, que é a reconstrução e reflexão da pós-modernidade, período que agora começa a ser delineado pelos fenômenos da globalização do capital, da explosão das tecnologias digitais de informação e da revolução biogenética.

São realmente tempos cada vez mais incertos, com total ausência da estabilidade, solidez e durabilidade das coisas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Estudantes de escola rural do Ceará dizem ver e conversar com espírito

Globo.com - Atualizado em 14/06/2010 14h02 - Foto : Dário do Nordeste. Clique na imagem, a acesse o vídeo do Jornal Hoje


Um fenômeno espiritual ou um surto psicótico?

Os estudantes de uma escola do Ceará dizem que viram o espírito de um ex-aluno e que até conversaram com ele.

Os jovens, que são de turmas diferentes, entraram numa espécie de transe coletivo e foram socorridos na emergência de um hospital.

O comportamento assusta. As cenas foram registradas numa escola rural em Itatira, interior do Ceará. Desde o começo do mês, estudantes de 12 a 19 anos dizem que entram em transe durante as aulas. Elas se debatem, desmaiam e dizem que acabaram de ver o espírito de um ex-aluno que morreu há sete anos.

“É moreno, alto, a calça dele é azul. Ele fala com a gente. Dá uma dor de cabeça bem forte, daí a gente vê um bocado de colegas caindo, a gente se sente pesada e desmaia”, conta Beatriz da Silva Nascimento, estudante.

Após os episódios, as estudantes foram levadas para a emergência de um hospital. Em um dia 25 alunas foram atendidas. “Chegaram com um quadro de histeria, basicamente, gritando, se debatendo, exibindo um grau de agressividade”, revela o médico Pedro Thiago da Frota.

Alunos e professores se recusam a voltar para a escola e as aulas foram suspensas.

O padre, que também é parapsicólogo, fez uma palestra para explicar aos alunos o que vem acontecendo. Para ele o fenômeno nada mais é do que uma histeria coletiva. “De repente uma surtou. Quando uma surta, isso contagia as outras garotas. O que se passou com estas sete jovens que eu tive acompanhando pessoalmente foi nada mais do que um fenômeno emocional”, garante Hélio Correia de Freitas.

A histeria coletiva tem uma explicação científica. “Estes fenômenos acontecem em contextos onde tem muita tensão, muita preocupação, muito sentimento não-verbalizado. Aquilo que é crença, já em um estado de tensão muito forte, ela incorpora aquilo e ela faz parte da história, ela se inclui na história”, explica Adalberto Barreto, psiquiatra.

Nosso comentário:

A história se repete ou aquilo que não foi resolvido retorna em circunstâncias muitos semelhantes?

Outro detalhe curioso da história: o clero local (religioso e profissional) parece já ter se apropriado do fato e das interpretações dessa estranha realidade, não para os espíritas é claro. Estas assumem um discurso pseud0-científico autorizado, bem ao caráter de "autoridade oficial estabelecida".

Quando interessa ao dogmatismo das igrejas, trata-se de milagre; quando não interessa, é histeria coletiva, já que o velho argumento demoníaco está cada vez mais desgastado.

Curioso observar que as meninas são mais vulneráveis ao fenômeno. Seria apenas vulnerabilidade emocional ?


PS.

É interessante recordar que, sempre que esse tipo de fenômeno ocorre, atingindo grande número de pessoas com mediunidade tarefa, é possível que seja um sinal precursor de que o Plano Espiritual está preparando algo mais abrangente para o futuro. Como sempre, a tradição religiosa e o conservadorismo dos "sábios" , agem como inimigos e tentam de todas as formas esconder e abortar a Verdade. Mas história ensina também que todo esse esforço é inútil, pois trata-se de uma Vontade Maior, maior que a vaidade e os interesses do homens.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

De volta à Mãe África

"Vocês estão de volta, todos vocês, pois a África é o berço da Humanidade. Sejam bem-vindos, vocês, francesses, alemães... todos estão em casa". – Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, na abertura da Copa do Mundo 2010.

sábado, 5 de junho de 2010

Dúvidas?

Ai, que preguiça!


Mário na rede, por Lasar Segall


Preguiça de levantar cedo, preguiça de escovar os dentes, preguiça de trabalhar, preguiça de trocar de roupa, preguiça de tomar banho, preguiça de se enxugar, preguiça de se arrumar, preguiça de se vestir bem, preguiça de ir à escola, preguiça de assistir aula, preguiça de ler, preguiça de escrever, preguiça de estudar , preguiça de limpar a casa, preguiça de fazer comida, preguiça de arrumar a cozinha, preguiça de lavar roupa, de lavar o banheiro, então, nem pensar... Preguiça de pagar as contas, preguiça de ir, preguiça de voltar. E na hora de dormir, preguiça até de rezar...

Ai, que preguiça!

Se toda ruindade do mundo fosse a preguiça o mundo não estaria tão ruim como está.

É que a preguiça a gente enfrenta com um arrepio e espanta com uma espreguiçada, que é a melhor maneira de começar a fazer o que deve ser feito. Por isso, preguiça não é defeito. É, na linguagem religiosa, um pecado que pode ser purgado. É, no máximo, um vício. E o vício é mais fácil ser abandonado, assim como foi fácil ser adquirido. Já o defeito, que é uma marca moral herdada do passado e encravada no caráter, é mais difícil de ser mudado. Os defeitos são carregados de sentimentos muito profundos, recalcados.

Vovó sempre dizia: “Todo preguiçoso é nervoso”. Por isso, pior do que ser preguiçoso é ser ruim e maldoso. Quem assim fica perde o alegre sorriso da malícia (maldade espontânea, sem graves consequências) e torna-se irônico (maldade planejada, criada para magoar e ferir). Aí, então, a preguiça também vira mau hábito e porta escancarada para os defeitos: a inveja, a despeita, a negatividade, a agressividade e a defensiva, a arrogância, enfim a má educação e o mau exemplo.

Já reparou que gente com preguiça não é tão desagradável como gente antipática e mal educada.

Ai, que coisa ruim !

Dizem que a maioria dos brasileiros carrega a preguiça no sangue e no hábito, mas esses mesmos brasileiros são pessoas de uma gentileza surpreendente e de uma cordialidade que impressiona e abala os corações mais frios e os temperamentos mais sisudos.

É certo que a preguiça não é uma virtude, nem deve ser motivo de apologia. Para quem tem preguiça de consultar o dicionário, quer dizer que não se deve fazer propaganda desse mau hábito.

Mas sobre a maldade, é bem melhor a gente mudar de assunto.

Ai,
que mau gosto!