sábado, 27 de outubro de 2012

Sempre em nome de Deus


 

Temos recebido muitos e-mails sobre a propagação da intolerância contra os espíritas na internet, atividade que antes era restrita nos núcleos religiosos mais conservadores e que agora, com a enorme facilidade de comunicação, se espalha pela rede digital sem nenhum critério e controle. É o preço que todos pagamos pela liberdade de expressão.
 
Os ataques ao espiritismo sempre partiram de pessoas e grupos que se sentem desconfortáveis em suas crenças frágeis e dogmáticas,muitas delas fruto de pertubações íntimas inconfessáveis. Os detratores possuem afinidade e ligações mentais com forças reacionárias que trabalham incansavelmente, em várias frentes, para inibir a renovação e trasnformação da sociedade (ainda controlada pela aristocracia do dinheiro e da força) para um mundo compartilhado por todos que usam a inteligência e o poder de influência pelo bem estar coletivo. Não é somente os espiritismo que sofre esses ataques, mas todos os movimentos humanitários que lutam contra todas as formas de opressão e violência.
 
O espiritismo tem o poder de esclarecer e libertar mentes e isso é uma ameaça ao status daqueles que se acostumaram a viver criminosamente da exploração e escravização e consciências. Com o estabelecimento irreversível das liberdades e da transparência social, essas forças abusivas, infiltradas em todas as áreas de interesse,  não medem esforços nem métodos para reaver seus antigos privilégios. Encontram facilmente entre os encarnados e desencarnados, médiuns dispostos a veicular suas mensagens de desequilíbrio e confusão. Um exemplo muito claro dessas ações são as traduções tendenciosas de textos bíblicos, exaltando o fundamentalismo e a intolerância. Neles vemos a inserção criminosa da palavra espiritismo e seus derivados, sempre associada às práticas e ritos religiosos primitivos condenados historicamente nessas narrativas. Palavras que foram criadas há apenas pouco mais de um século não deveriam constar em textos que são sagrados pela antiguidade dos milênios. Falsificar a Bíblia deveria ser, principalmente para os seus seguidores, o pior de todos os crimes contra Deus e contra a verdade.

O que fazer?
 
O que devemos primeiramente é estar atentos e preparados para responder com a coerência e o bom senso, isto é, não nos igualar aos detratores nos seus métodos e ações. A intolerância por si só é incoerente e com o tempo trona-se repetitiva e solitária; convence e engana por algum tempo, causa danos, mas não consegue ser permanente.
 
As entidades federativas e grupos caracterizam a nossa expressão coletiva podem solicitar, diplomaticamente, que as instituições responsáveis por essas publicações reavaliem suas políticas editoriais e retirem dessas traduções todas as palavras e expressões que motivam o preconceito e a intolerância contra o espiritismo. Se necessário, e sempre de forma equilibrada, caso haja intransigência pela outra parte envolvida, é possível apelar para os direitos constitucionais dos espíritas, pelos meios jurídicos legítimos e conhecidos. Certamente isso não vai eliminar a causa do problema, que é de ordem moral, mas vai ajudar muito na educação de ofendidos e ofensores. 
 

sábado, 13 de outubro de 2012

Caravanas de evangelização e favelas


 

 Certa vez participamos de uma caravana de evangelização numa favela paulistana, próximo da estação metrô Itaquera. O guia que nos conduzia pelas vielas entre os barracos revelava uma nítida preocupação e pressa em fazer o trabalho com a turma e logo chegamos ao ponto combinado. Fomos recebidos por mulher de uns trinta anos, branca, bem magra, muito simpática e prestativa. Fez questão que todos entrassem , mesmo com a evidente falta de espaço para nos acolher confortavelmente. Ficamos todos em pé enquanto o guia cumpria as rotinas da excursão, recomendada pelo dirigente. Nunca havia entrado num barraco de favela, embora não me fosse estranho o ambiente de pobreza dos ranchos de barro e bambu onde moravam os ribeirinhos da região onde nasci, nas margens do rio Paraná ou então dos caboclos moradores dos varjões sul-matogrossenses. O barraco urbano impressionou-me pela limpeza e capricho, o perfume simples e a organização detalhada de tudo que fazia parte da decoração: as camas, o sofá, as prateleiras, os enfeites, o filtro de água, os quadros nas paredes, os tapetes sobre o piso (revestido de uma lona plástica branca grossa e brilhante). Oramos e agradecemos pela oportunidade. O guia, sempre preocupado, parecia não estar à vontade e sempre repetia para a dona da casa que as coisas iriam melhorar e que ela tivesse fé. Ela olhava sorridente para ele e apenas agradecia com gestos de concordância a gentileza da preocupação. No entanto, para nós era nítido que a anfitriã estava perfeitamente integrada à sua vida e não demonstrava nenhum tipo de contrariedade ou frustração. Estava preocupada, sim , em fazer com que nós ficássemos às vontade e realizássemos a nossa tarefa sem nenhum tipo de constrangimento. Ao contrário dela, nós e principalmente o nosso guia estávamos incomodamos com uma realidade que não era a nossa e que não aceitávamos como algo digno, como se todos ali vivêssemos em plena felicidade em nosso lares legalizados e confortáveis. Só então entendemos a finalidade dessa visita: não era mudar a realidade social e sim a nossa realidade interna. Pena que o guia, depois de tantos anos realizando aquela tarefa, ainda não havia compreendido o motivo da nossa e da presença dele naquele ambiente de carência material, porém de alta potencialidade espiritual.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Aristocracia intelecto-moral ou Superclasse?


Pirâmide da Superclasse, segundo David Hotkopk. Aristocracia do Intelecto? Intelecto Moral?

No século XIX Allan Kardec antecipou um fenômeno social que está ocorrendo hoje e que é objeto de estudos de vários pensadores e analistas de geopolítica. Entre eles está David Hotkopf, ex-assessor de Bill Clinton. Sua abordagem se concentra na mudança das esferas de poder, registrada em dois livros: Superclass, Global Power, já traduzido e publicado no Brasil; e Power Inc. (sem tradução). No primeiro ele identifica uma nova elite ou aristocracia carismática, cujo poder de influenciar pessoas vem superando a aristocracia da força bruta e do dinheiro, que reinou até o fim da Guerra Fria. Pessoas como o cantor Bono Vox, a atriz Jane Fonda e o escritor Paulo Coelho estão numa lista de 6 mil pessoas mais influentes do mundo, juntamente com o magnata do petróleo Carlos Slin, os donos do Google e estadistas como Lula e Barack Obama. Na lista há também traficantes de armas e terroristas, mostrando a neutralidade realista do estudo. Para ele, a ONU perdeu um pouco seu brilho e o centro da cidadania nacional de Nova York vem se deslocando para Davos, no Fórum Econômico Mundial. Davos é ponto de encontro de cidadãos globais. Já no livro Power Inc. Hotkopf traça um histórico das relações íntimas das mega corporações empresariais com os Estados, demonstrando que essa realidade tende a mudar muito nas próximas década com o advento da Era da Transparência Digital ou Era do Weakleaks. Nada mais é segredo, nada mais é privativo. Portanto, façamos sempre a coisa certa.  Julgamentos do STF (do tipo Mensalão) eram escondidos da opinião pública, como segredos de Estado. Hoje estã na mídia. Na Era das Redes Sociais as coisas estão mudando e as empresas também deverão se afinar no mesmo diapasão.

Mais uma vez, tiramos o chapéu (ou o boné) para Kardec,  lembrando que o nosso mestre espírita visualizou há mais de 140 anos o advento de uma nova sociedade e humanidade. Antes que isso aconteça, é claro, na Superclasse e na onda da Sustentabilidade , vão estar incluidos aqueles que ainda não assimilaram a nova moral planetária, como os criminosos digitais, os terroristas, enfim , a escória inteligente e influente (os psicopatas de terno e gravata) que ainda vão demorar algum tempo para se mudar de planeta. Isso faz parte do processo de regeneração.