terça-feira, 17 de maio de 2011

Hawking e a morte


Hawking critica ideia de que há vida após a morte

LONDRES - O Estado de S.Paulo -17 de maio de 2011

O renomado físico britânico Stephen Hawking afirmou, em entrevista no jornal The Guardian, que a ideia de que há uma espécie de paraíso após a morte é um "conto de fadas de gente que tem medo do escuro".
Hawking voltou a afirmar seu rechaço às crenças religiosas. Ele defende que o ser humano não experimenta mais nada a partir do momento em que o cérebro deixa de funcionar.
O cientista também disse que a doença neurodegenerativa que o afeta, a esclerose lateral amiotrófica, fez com que ele passasse a aproveitar mais a vida, apesar das limitações que a enfermidade impõe. "Vivi com a perspectiva de uma morte prematura durante os últimos 49 anos. Não tenho medo de morrer, mas também não tenho pressa. Tenho muito a fazer antes disso."
O ex-catedrático da Universidade de Cambridge falou das pequenas flutuações quânticas que, no início do universo, motivaram a formação das galáxias. "A ciência prediz que diferentes tipos de universo serão criados do nada e de maneira espontânea", disse.
"Considero o cérebro um computador que deixará de funcionar quando seus componentes falharem. Não há paraíso ou vida depois da morte para computadores."

Comentário do Observador



Hawkin afirma que as pessoas crentes na vida após a morte são aqueles que não aceitam a morte, têm medo da escuridão e passam a cultivar essa "fantasia". Ora , ninguém aceita a morte e todos temem a "escuridão", ou não são humanos. Pode até estar conformado com a morte e talvez mais preparado para enfrentar a tal escuridão que muitos temem, mas dizer que não tem medo ou que está totalmente traquilo sobre isso é no mínimo uma forma de defesa e fuga, uma fantasia típica daqueles que se julgam auto-suficientes, conhecedores de tudo que existe no Universo e que não admitem mudanças no seu mundo interno. Esse é pavor dos materialistas: enfrentar a si mesmos e constatar que precisam trilhar caminhos que consideram pretensiosamente já percorridos pelas suas especulações intelectuais. Orgulho e pretensão formam uma perigosa rede mental de soberba que impedem esse tipo de auto-avaliação que somente as pessoas sábias e humildes conseguem fazer. É difícil alguém tão inteligente e nessa condição psicológica admitir que ainda existe algo para se aprender sobre a vida e sobre si mesmo. Mas a vida ensina e cobra caro pela lição rejeitada.



O que acontecerá com Hawkin quando desencarnar?



Acontecerá o que acontece com todas as mentes tomadas pelo deslocamento de si e fascinadas pelo mundo dos sentidos físicos, prova que ele pouco está aproveitando, mesmo sofrendo as limitações que sofre. Pelo jeito, não tem aproveitado nem os momentos de sono do corpo.



Não , ele não vai para o inferno, nem para o céu. Pior: ele vai encontrar consigo mesmo, num amplo território chamado consciência e que se abre quando nos libertamos da carne e no qual estará cada vez mais perdido. É o que ele vai encontrar após a sua desencarnação, caso persista nessa faixa de pensamentos de extrema logicidade e emoções intensamente reprimidas: uma escuridão de coisas sem sentido e significado. Um longo sono letárgico no qual vai se debater entre o ego e a personalidade, até que a lei da reencarnação o atraia para uma nova experiência existencial.


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