Algumas obras espíritas explicam não somente a gravidade moral do suicídio, mas principalmente as graves conseqüências do gesto. As vítimas dessa verdadeira “cilada” do destino, perturbadas pelas suas condições emotivas e pelas circunstâncias complicadas em que estão envolvidas, cometem uma dolorosa sucessão de erros. Todas elas pedem socorro inconsciente e mesmo assim sucumbem ao intenso desejo de fuga e auto-destruição. Talvez acreditem que estejam entrando em sono profundo para esquecer as dúvidas e tormentas que as incomodam. Ledo engano. Os tormentos decorrentes são os mais cruéis possíveis, tão cruéis que parecem ter sido propositalmente esquecidos na famosa descrição do inferno feita por Dante. A observação é de Yvone do Amaral Pereira, médium e autora de Memórias de um Suicida, em pareceria com o espírito Camilo Castelo Branco. Yvone, como Camilo, também uma ex-suicida, dizia-se exilada na Terra e ainda estar internada numa instituição espiritual de recuperação e que apenas estava iniciando uma nova fase de resgate do erro cometido numa existência anterior.
Essa moléstia psíquica persegue bem de perto os artistas, sobretudo os poetas e escritores, enfermos dos sentimentos e andarilhos em suas existências incertas. Muitos são reincidentes no erro e parecem estar seduzidos pela necessidade de auto-punição, agravando ainda mais seus débitos íntimos. Francisca Júlia, a poetisa que se matou no mesmo dia do velório do seu amado, deve estar muito triste e em prece ao saber dos casos de Cibele e Gilberto. Infelizmente, como relatam algumas crônicas espirituais semelhantes, eles não estarão juntos. Pelo, contrário, o gesto vai mantê-los distantes por um tempo longo e angustiante, não por castigo de Deus, mas pelas suas próprias consciências em culpa. De nada adiantaram os avisos de espíritos amigos e talvez a amizade ofertada pelos voluntários do Centro de Valorização da Vida. Mas a poetisa e muitos outros obreiros socorristas do Além persistem na ajuda e no esclarecimento desses seus irmãos atormentados. Aqui na Terra os voluntários do CVV também continuam a postos.
Atriz Cibele Dorsa morre em São Paulo
A atriz e escritora Cibele Dorsa, de 36 anos, morreu, por volta das 2 horas de ontem. A polícia investiga o caso, mas suspeita que ela se jogou da janela de seu apartamento, na Rua Adalívia de Toledo, no Real Parque, região do Morumbi, zona sul de São Paulo. O noivo de Cibele, o apresentador de TV Gilberto Scarpa, de 27 anos, sobrinho do empresário Chiquinho Scarpa, havia se matado do mesmo modo em 30 de janeiro deste ano. A morte de Cibele foi registrada no 34.º Distrito Policial (Morumbi). Momentos antes de morrer, à 1h49, Cibele falou por meio do Twitter sobre a perda do noivo. Disse lamentar e ressaltou que "não conseguia suportar". Afirmou ainda que "lutou" o quanto pôde. Cibele também foi casada com o cavaleiro Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, e tinha dois filhos.
O Estado de S.Paulo, 27 de março de 2011
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