segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ódio e resignação


Certa vez ouvimos uma história de que nos EUA estavam reencarnados a maioria os Espíritos de velhos líderes indígenas que durante longos anos na erraticidade alimentaram um ódio incontrolável contra aqueles que os humilharam e expulsaram de suas terras. No Brasil havia também uma influente legião de antigos líderes africanos com essa mesma característica. Esses Espíritos jamais esqueceram a profunda dor e revolta por terem deixado seus lares durante a conhecida Marcha das Lágrimas, movimento que deslocou as populações de índios para aldeias longínquas e isoladas da nova civilização que ali se instalava. Alguns suportaram, com humildade e resignação, como foi o caso do famoso Chefe de Seatle, autor de um dos mais comoventes documentos da história americana e contemporânea. Sua sabedoria repercutiu profundamente na consciência de sucessivas gerações, antecipando em muitas décadas os conceitos de diversidade e pluralidade cultural, auto-determinação dos povos e sustentabilidade que hoje cultivamos nos quatro cantos do planeta. Mas nem todos estavam com o coração aberto para fazer concessões dessa natureza. Muitos deles foram banidos inclusive das esferas espirituais da América para se juntarem às mentes perversas e vingativas que alimentam ódios de épocas muito remotas da Humanidade. Depois de uma longa fase de cultivo e preparo nas furnas obscuras das trevas, eles foram aos poucos retornando ao mundo da carne e também se aproximando silenciosamente da nação que os haviam expulsado. Muitos escolheram os lares pobres da Sicília, com quem tinham afinidades antigas contra os romanos, de onde partiam levas migratórias em direção às grandes cidades dos Estados Unidos, sobretudo Nova York e Chicago. Outros, ingressam ali através de imigrantes da Irlanda, onde também haviam grandes focos de afinidade e desejo de vingança contra as coletividades anglo-saxônicas, também reencarnadas. Segundo os relatos, esses Espíritos se manifestaram precocemente como os inimigos públicos dos EUA na pele de arqui-criminosos, exploradores dos vícios e ambições humanas, todos contra a justiça, o sistema tributário e financeiro da nação que se orgulhava de ser a mais rica do mundo. Nessa mesma época, por efeito da Grande de Depressão, centenas de famílias brancas, por força de execuções hipotecárias, amargavam a mesma dor dos indígenas quando foram expulsas de seus lares. Também foram forçados a se dirigirem, numa longa marcha regada a fome, poeira e incerteza , para as mesmas regiões para onde outrora haviam mandado os seus irmãos índígenas.

Pena que a voz o Chefe Seatle não tenha chegado a todos esses corações insensatos quando disse:

“Os mortos do homem branco se esquecem da sua pátria quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra, pois ela é a mãe do homem vermelho”.



Um comentário:

Ivomar Costa disse...

Excelente Dalmo!

A maioria das pessoas pensa que os problemas da violência serão resolvidos com mais cadeias, com aplicação da pena de morte. Agora mesmo, a população estadunidense vibra e chora de emoção pela morte de Bin Laden. Certamente ele merecia ser punido pelos atos extremos que comandou. Mas estas mesmas pessoas, lá e aqui, que consideram que a morte de um ser humano criminoso é um ato de justiça, têm agora suas consciências manchhadas de sangue. Mais cedo ou mais tarde terão o retorno dos seus atos insanos.

Mesmo entre aqueles que tem algum conhecimemto espiritualista há uma crença que se eles não mataram pessoalmente então não são culpados. Não entendem que o simples ato de alegria e de aprovação pela morte de um homem, por pior que seja, os torna partícipes da tragédia, os torna co-responsáveis, e que um dia retornara sobre suas próprias vidas.

Sob este entendimento reencarnacionista é possível entender as agruras que grandes contigentes populacionais suportam, na maioria das vezes com revoltas que duram séculos.

Quando aprenderemos?!