quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A primeira versão de O Profeta

O protagonista da primeira versão de O Profeta, Carlos Augusto Strazzer (1946 — 1993)

A primeira versão da novela O Profeta, exibida pela TV Tupi no início da década de 1970 mostrou como a sociedade brasileira já era aberta e vivamente interessada pelo universo espírita. As primeiras experiências nesse sentido foram feitas em Belo Horizonte, na TV Itacolomi, com encenações teatrais televisionadas das obras de Emmanuel. Mas foi somente como o talento de Ivani, com roteiros adaptados para a teledramaturgia, que o assunto tomou forma, conteúdo e atingiu em cheio o grande público da televisão. Quem hoje se impressiona com a chegada dos temas espíritas no cinema brasileiro talvez nem se lembre que o impacto das novelas foi muito maior há 30 ou 40 anos e que o cinema só impressiona mais por causa da sua dimensão visual ampliada. A própria abordagem cinematográfica feita em Nosso Lar e principalmente em Chico Xavier possui a linguagem da teledramaturgia criada pelos autores e diretores de novelas, mais hábeis nas recriações de cenas e suas transposição do texto escrito para o universo áudio-visual. Foi por esse motivo que Daniel Filho não teve dúvida e nem se importou que seu filme parecesse um drama de TV. Foi proposital e a escolha do Pinga-Fogo como referência narrativa também fez parte dessa estratégia. Roteiro, direção e interpretação são essenciais para que essas temáticas tenham a autenticidade esperada pelo público. Se esses profissionais não tomarem o devido cuidado nas suas atuações artísticas e técnicas as cenas não causam a impressão poderiam causar, caso haja descuido nos conteúdos e tratamentos técnicos. Lembremos o caso do filme Sexto Sentido, cujos testes de qualidade só foram aprovados pelos produtores depois de cair nas mãos de um diretor familiarizado com essa temática espiritual. O mesmo aconteceu em Os Outros. As novelas brasileiras, mesmo não podendo contar com a sofisticação dos efeitos especiais dos filmes e séries americanas, sempre primaram pela abordagem autêntica dos textos espíritas originais, a única garantia de que as coisas seriam realmente compreendidas pelo público, tal qual foram concebidas nos livros. Ter uma Ivani Ribeiro, atores e diretores cuidadosos fazia e ainda faz a diferença.





Nenhum comentário: