Gravemente se iludem e se equivocam
aqueles que pensam que o Espiritismo terá o amplo reconhecimento da humanidade.
Muitas outras verdades advindas de outras fontes do conhecimento também amargam o
ostracismo exatamente porque ainda são vistas como sérias ameaças aos sistemas dogmáticos,
construídos ao longo dos séculos para satisfazer os interesses da carne e não
do espírito. Ora, por que o Espiritismo seria acolhido pelas religiões tradicionais
ou pelas academias filosóficas e científicas cujos propósitos de existência e ação
se baseiam exatamente naquilo que os Espíritos Superiores denunciaram como
mentira e ilusão? Não sejamos ingênuos em pensar que aqueles que vivem de aparência
e de coisas supérfluas se atirarão de peito aberto para os postulados do
Espiritismo. Somente os que estão em crise existencial ou que sofreram
os graves danos morais da existência ou ainda os que são movidos pela humildade
e pela boa vontade, poderão acolher as ideias espíritas em sua significação maior. Também não
é a novela, o livro, o cinema ou qualquer tipo de arte de popularização que vai
promover o Espiritismo como fenômeno de sucesso e reconhecimento pelo qual
tanto anseiam os mais afoitos e deslumbrados que frequentam as nossas lides.
Ninguém gosta de ser doutrinado sem que antes haja uma necessidade íntima latente e
que em determinadas circunstâncias rompe os preconceitos e obstáculos
consequentes. Os que combatem o
Espiritismo pelos meios rasteiros e mesquinhos (fingindo ignorá-lo) são os mesmos que sabem da sua
alta potencialidade transformadora e ainda assim persistem no jogo de
interesses da matéria que asfixia as coisas do espírito. Os espíritas de verdade
não devem se iludir com essas falácias e miragens da fama porque sabem realmente o que é o mundo das
causas e o mundo dos efeitos. Não podemos comprometer a nossa doutrina cuja
essência é a libertação mental com as coisas que aprisionam o espírito ao corpo
e às concepções limitadoras. Sejamos atrevidos mas não olvidemos a discrição
quando esta for necessária.
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