“Embora isto fira o seu orgulho, o homem deve resignar-se a ver em seu corpo material o último elo da animalidade sobre a terra. O inexorável argumento dos fatos aí está, e será em vão levantar protestos contra tal situação” – Allan Kardec - A Gênese, 1868
Em mundos como o nosso, de pouca diversidade mental e de grande complexidade de provas e expiações, a religião é fator desencadeante da regeneração vivencial mas, contraditoriamente, serve também como instrumento de alienação e retardamento evolutivo. Em muitos casos ela liberta e ilumina os espíritos potencialmente autônomos e destemidos, mas também escraviza e obscurece as almas fracas e supersticiosas.
Um dia sonhamos que, na longa trajetória espiritual, toda a Humanidade se transportaria mentalmente do geocentrismo para o heliocentrismo e deste para a cosmocomplexidade, mas tudo não passa de uma utopia distante do mundo terreno.
Agora, quando todos estávamos acomodados no paradigma evolutivo linear – da barbárie para civilização – somos surpreendidos por avalanches coletivas cuja brutalidade de costumes e mentalidade causa horror e preocupação aos corações pacíficos e avessos ao sectarismo.
Agora, quando todos estávamos acomodados no paradigma evolutivo linear – da barbárie para civilização – somos surpreendidos por avalanches coletivas cuja brutalidade de costumes e mentalidade causa horror e preocupação aos corações pacíficos e avessos ao sectarismo.
Quantos milênios teremos de aguardar essa libertação integral?
Escolas adotam criacionismo em aulas de ciências
Instituições religiosas usam explicação cristã sobre criação do mundo junto com a teoria da evolução
Simone Iwasso e Giovana Girardi
Polêmicos nos Estados Unidos, onde são defendidos por movimentos religiosos como mais do que explicações baseadas na fé para a criação do mundo, o criacionismo e o design inteligente se espalham pelas escolas confessionais brasileiras - e não apenas no ensino religioso, mas nas aulas de ciências. Escolas tradicionais religiosas como Mackenzie, Colégio Batista e a rede de escolas adventistas do País adotam a atitude de não separar religião e ciência nas aulas, levando aos alunos a explicação cristã sobre a criação do mundo junto com os conceitos da teoria evolucionista. Algumas usam material próprio.
Outros trabalham com livros didáticos da lista do Ministério da Educação e acrescentam material extra. "Temos dificuldade em ver fé dissociada de ciência, por isso na nossa entidade, que é confessional, tratamos do evolucionismo com os estudantes nas aulas de ciências, mas entendemos que é preciso também espaço para o contraditório, que é o criacionismo", defende Cleverson Pereira de Almeida, diretor de ensino e desenvolvimento do Mackenzie.
O criacionismo e a teoria da evolução de Charles Darwin começam a ser ensinados no colégio entre a 5ª e 8ª séries do fundamental. Na hora de explicar a diversidade de espécies, por exemplo, em vez de dizer que elas são resultados de milhares de anos do processo de seleção natural, se diz que a variedade representa a sabedoria e a riqueza de Deus.
No Colégio Batista, em Perdizes (SP), o entendimento é semelhante. "Ensinamos as duas correntes nas aulas e deixamos claro que os cientistas acreditam na evolução, mas para nós o correto é a explicação criacionista. O importante é que não deixamos o aluno alienado da realidade", afirma Selma Guedes, diretora de capelaria da instituição.
A polêmica está no fato de os colégios ensinarem o criacionismo e o design inteligente não como explicações religiosas, mas como correntes científicas que se contrapõem ao evolucionismo. Nos EUA, a polêmica parou na Justiça. Em 2005, tribunais da Pensilvânia decidiram que o design inteligente não era ciência, recolocando Darwin nas escolas. No Brasil, onde o debate não é tão acirrado, esse tipo de ensino tem despertado dúvidas sobre a validade na preparação dos alunos. Os conteúdos de ciências exigidos em concursos e vestibulares são baseados em consensos de entidades científicas, que defendem a teoria da evolução.
Já nos cerca de 2 mil colégios católicos, segundo dados da Rede Católica de Educação, não há conflitos entre fé e teoria evolucionista. No material usado por cerca de cem colégios do País, as aulas de ciência trazem a teoria da evolução e explicam o papel de Darwin.
COMENTÁRIOS
Publicados em 08 de dezembro no site do Estadão
1. Vamos separar as coisas
Escolas adotam criacionismo em aulas de ciências
Instituições religiosas usam explicação cristã sobre criação do mundo junto com a teoria da evolução
Simone Iwasso e Giovana Girardi
Polêmicos nos Estados Unidos, onde são defendidos por movimentos religiosos como mais do que explicações baseadas na fé para a criação do mundo, o criacionismo e o design inteligente se espalham pelas escolas confessionais brasileiras - e não apenas no ensino religioso, mas nas aulas de ciências. Escolas tradicionais religiosas como Mackenzie, Colégio Batista e a rede de escolas adventistas do País adotam a atitude de não separar religião e ciência nas aulas, levando aos alunos a explicação cristã sobre a criação do mundo junto com os conceitos da teoria evolucionista. Algumas usam material próprio.
Outros trabalham com livros didáticos da lista do Ministério da Educação e acrescentam material extra. "Temos dificuldade em ver fé dissociada de ciência, por isso na nossa entidade, que é confessional, tratamos do evolucionismo com os estudantes nas aulas de ciências, mas entendemos que é preciso também espaço para o contraditório, que é o criacionismo", defende Cleverson Pereira de Almeida, diretor de ensino e desenvolvimento do Mackenzie.
O criacionismo e a teoria da evolução de Charles Darwin começam a ser ensinados no colégio entre a 5ª e 8ª séries do fundamental. Na hora de explicar a diversidade de espécies, por exemplo, em vez de dizer que elas são resultados de milhares de anos do processo de seleção natural, se diz que a variedade representa a sabedoria e a riqueza de Deus.
No Colégio Batista, em Perdizes (SP), o entendimento é semelhante. "Ensinamos as duas correntes nas aulas e deixamos claro que os cientistas acreditam na evolução, mas para nós o correto é a explicação criacionista. O importante é que não deixamos o aluno alienado da realidade", afirma Selma Guedes, diretora de capelaria da instituição.
A polêmica está no fato de os colégios ensinarem o criacionismo e o design inteligente não como explicações religiosas, mas como correntes científicas que se contrapõem ao evolucionismo. Nos EUA, a polêmica parou na Justiça. Em 2005, tribunais da Pensilvânia decidiram que o design inteligente não era ciência, recolocando Darwin nas escolas. No Brasil, onde o debate não é tão acirrado, esse tipo de ensino tem despertado dúvidas sobre a validade na preparação dos alunos. Os conteúdos de ciências exigidos em concursos e vestibulares são baseados em consensos de entidades científicas, que defendem a teoria da evolução.
Já nos cerca de 2 mil colégios católicos, segundo dados da Rede Católica de Educação, não há conflitos entre fé e teoria evolucionista. No material usado por cerca de cem colégios do País, as aulas de ciência trazem a teoria da evolução e explicam o papel de Darwin.
COMENTÁRIOS
Publicados em 08 de dezembro no site do Estadão
1. Vamos separar as coisas
A religião sempre querendo pegar uma carona na Ciência. Aula de ciência é ciência aula de religião é religião. A ciência é algo comprovado para qualquer um, enquanto a religião é de fórum íntimo. Não queiram impor seus credos para os outros. Cada um crê, ou não, em quem quiser. Deixem nossas crianças em paz para erra ou acertar por elas mesmas.
2. Cada qual no seu lugar
2. Cada qual no seu lugar
A questão é muito clara, e está exposta abertamente no artigo: não há o menor problema em se ensinar criacionismo, desde que seja nas aulas de religião. Ensinar criacionismo em aula de ciências é desonestidade ou ignorância, por um único motivo: criacionismo não é ciência. Pelo mesmo raciocínio, seria correto ensinar também astrologia, geocentrismo e outras "teorias alternativas" nas aulas de ciências. Apenas para esclarecer, "teoria" em ciência não é o mesmo que "hipótese", é um modelo de funcionamento que confirma os dados colhidos e faz previsões verificadas experimentalmente. Nesse sentido a evolução é um fato, tanto quanto a gravidade. Nesse mesmo sentido, parafraseando Pauli, não é que o criacionismo não esteja certo, ele não está sequer errado.
3. E o resto?!
3. E o resto?!
Claro, é preciso ensinar que a igreja apoiou as ditaduras, o nazismo e as guerras. Que sua riqueza deve-se, principalmente às pilhagens durante séculos. Que muitas pessoas foram mortas simplesmente por não concordar com ela. Que as religiões são excludentes e intolerantes, que não aceitam outras crenças e impões seus dogmas, que os crimes até hoje cometidos pela igreja são encobertos, que os nativos da américa, africa e asia foram perseguidos e os que não aceitaram "a fé" foram mortos como animais-sem-alma etc etc. Se falar em criacionismo é falar a verdade então que se fale de toda a verdade. Ou isso é só parte da mentira!? E ciência não tem nada a ver com isso. É outro papo.
4. Enquanto isso a Terra pede socorro
4. Enquanto isso a Terra pede socorro
Enquanto se acompanha notícias mundo afora de desastres naturais causados pelas mãos do homem, se perde tempo com essa babaquice que é a religião. Nosso planeta está gravemente doente e o que precisamos ensinar nessas escolas são formas de curá-lo e mantê-lo sadio. salvem nosso planeta. O resto não interessa.
5. O que vale é a opinião de cada um
5. O que vale é a opinião de cada um
Cada um acredita no que quer e isso não muda a realidade. No máximo a percepção dela. Mas ciência continua sendo ciência e religião continua sendo questão de fé.
6. Plágio
6. Plágio
Por que essas escolas também não ensinam que o deus inventado em Israel é apenas um plágio do deus único dos persas fundido com o deus único criado pelo faraó Aknaton? Um deus criado à imagem e semelhança dos seres humanos.
7. O que vale é a "opinião pública"
7. O que vale é a "opinião pública"
Que Deus existe é fato provado. Agora, não importaria se Deus criou o mundo. O importante seria a opinião imposta pela "maioria" de que tudo é fruto da evolução, sem ação nenhuma do Criador, ou seja, uma mentira. Ensinam isso aos nossos filhos e ficamos calados. Agora só porque um grupo ensina paralelas as teorias, são criticados...
8. À altura
8. À altura
Se existe algo à altura da grandiosidade divina, é a estupidez dos dirigentes dessas instituições!
9. Lamentável...
9. Lamentável...
Só por não conseguirem distinguir ciência de religião, já se pode ter uma idéia do nível dessas escolas. Lamentável...
10. Obrigado!
10. Obrigado!
Agradeço ao Estadão por fornecer uma lista das instituições de "ensino" a serem evitadas por meus filhos!
11. Que pena !
11. Que pena !
Uma pena, perdemos muito com essa postura desonesta por parte desses "educadores". Perdem os alunos, por aprenderem uma visão distorcida e ignorante da ciência e do método científico (vide comentário de smartduck acima) e perde a sociedade, porque teremos no futuro um deficit ainda maior de profissionais competentes em qualquer área baseada na ciência.
12. Achismo
12. Achismo
Infelizmente tudo que o homem intermedia é tendencioso aos seus interesses..... Criacionismo nas bases do estudo fundamental é mais uma forma de criar seres humanos manipulados criados sobre as vertentes do achismo
13. Inacreditável
13. Inacreditável
Não dá para acreditar que ainda querem defender o criacionismo nas escolas. A escola é para o ensino da ciência. Deixem os achismos para as religiões, que se baseiam em dogmas, muitas vezes sem o menor fundamento. Achar que os alunos devem optar por si mesmos é de uma estupidez assombrosa, mesmo porque é muito mais fácil esconder a burrice assumindo de uma vez que foi Deus que criou tudo, do que entender todo o processo evolucionista. Como os estudantes podem optar ou não por algo que é científico, e não religioso?
14. Equilíbrio
14. Equilíbrio
A postura da educadora citada acima respeita o aluno, pois não impõe ter que aceitar convicções. O tempo tem demonstrado que algumas convicções religiosas estavam incorretas, e nem por isso invalidaram o(s) texto(s) sagrado(s). No âmbito religioso, são nossas interpretações e dos líderes religiosos, que são incorretas. Em função disso, surge todo um mundo de argumentos "espertos" para um derrubar a ciência. Mas esta postura não é justa, pois até a mesmo a ciência refuta a si própria. Nesta luta, os dois lados têm defensores fanáticos e ignorantes. Pena dos jovens terem que comprar um briga que não lhes pertence.
15. Razão e verdade
15. Razão e verdade
Todo debate confinado aos limites de uma sala de aula ou das paredes de uma igreja patina no vazio e pode enveredar para qualquer direção. Não acho que nenhuma das teorias deva ser ensinada às crianças como "a verdade científica". Acho é que a CIÊNCIA é que deve ser ensinada: a postura da dúvida e da confiança na reflexão própria. É muito mais fácil fazer alguém acreditar no "dogma certo" do que imbuir o indivíduo da sinceridade diante da própria ignorância que permite que uma caminhada rumo a conhecimentos mais aprofundados não cesse jamais. Quanto ao resto, a escolha da "teoria correta" sobre o que quer que seja, a natureza sempre se encarregará de desmentir equívocos, sem a menor piedade.
16. Pela Liberdade de Decidir: Chega de Fanatismo Darwinista
16. Pela Liberdade de Decidir: Chega de Fanatismo Darwinista
Absurdo é fazer da evolução uma religião e nunca questioná-la. Uma teoria mais furada que peneira, que de científica não têm nada. Uma pesquisa básica mostra quantos problemas ela têm. Ela só faz sucesso porque é o único jeito que arranjaram para tentarem explicar o mundo sem Deus. Por que esse medo de deixar os alunos pensarem por si mesmos? Os ateístas morrem de medo porque a besteira da evolução não passa por uma análise mais profunda.
17. Absurdo
17. Absurdo
Um absurdo: vamos ensinar os fatos e esquecer as crendices! A ciência prova que as religiões estão erradas, apesar de suas crenças 'convencidas', o que vale são os fatos...
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