O portal e o templo espiritualista de Lily Dale,
Bem diferente do movimento espírita brasileiro (por enquanto e se Deus quiser!), que avança simples e silenciosamente no coração e no cotidiano dos brasileiros, o espiritualismo norte-americano entrou em franca decadência. Semelhante ao espiritismo francês, não tem expressão social e vive hoje de lembranças e da exploração do turismo. Onde foram parar os milhões de adeptos e os milhares de médiuns que se esforçavam para quebrar o paradigma materialista da cultura anglo-saxônica? Será que também reencarnaram no Brasil, como aconteceu, segundo Emmanuel, com as almas francesas? A idéia espírita, tal como foi concebida teoricamente por Kardec, ainda está muito distante da cultura espiritualista que ainda resiste na América. Kardec achava que tudo era uma questão de tempo, mas parece que o Codificador estava apenas sendo generoso e paciente com os nossos irmãos americanos. As coisas significativas que hoje acontecem nesse setor na América – incluindo no cinema – ocorrem pelas mãos de estrangeiros que lá foram viver. Reencarnação nos EUA – para o delírio reacionário dos protestantes fundamentalistas - ainda é sinônimo de Nova Era e Shirley MacLaine. Um bom exemplo de tudo isso que estamos falando é a comunidade de Lily Dale, local para onde foi transferida e depois incendiada a famosa casinha da família Fox. É espiritualismo ou tudo não passa de show-business? Como turismo e memória, estão de parabéns, mas como espiritualidade e filosofia de vida já não podemos dizer o mesmo. Quem já matou a curiosidade da visita ao túmulo de Kardec no Pére-Lachaise (nós mesmos nunca matamos tal curiosidade e pelo jeito tal carência vai ficar acesa por muito tempo) pode ir a Lily Dale e sentir o clima do “moderno espiritualismo”. Ou então se espantar com as velhas brincadeiras do Dia das Bruxas.
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