sexta-feira, 8 de abril de 2011

Queremos saber

Foto: Folha de São Paulo on line

Ontem um aluno, talvez conhecendo a nossa visão espírita de mundo, nos pediu algumas explicações sobre o que o correu na escola do Realengo. Queria saber se era possível que o assassino estivesse sob a influência de forças espirituais malignas. Naquele instante termináramos de ler na classe o texto "Individualidade e ambiente", fragmento de um estudo ainda mais amplo escrito pelo Dr. Alankardec Gonzalez, sobre personalidades psicopatas. Nele o psiquiatra recorre ao conceito de "racionalização" para nos fazer entender porque tentamos explicar coisas para as quais não existem explicações.

Para fugir de uma explicação espírita simplista (da nossa parte) que poderia parecer oportunista e tendenciosa naquele momento, prontamente recorremos à ética, argumentando que nenhuma explicação poderia justificar esse ato já que, antes de atuar no papel infeliz, o assassino fez a sua opção de escolha: poderia ter se resignado com seu destino e sua prova; poderia ter fugido da situação, adotando todos os mecanismos possíveis de adaptação ao malogro; e ainda ter atacado a situação e pessoas ali envolvidas,como realmente veio a acontecer na tragédia. Mesmo que estivesse sob o efeito de satanás, de espíritos malignos ou de um líder manipulador encarnado, a responsabilidade da escolha e decisão do ato continuaria sendo dele. O suicídio foi o ato final dessa escolha desastrosa.

E as vítimas, seriam apenas um alvo do acaso ou estariam envolvidas num plano maior de resgates de débitos ou mesmo missão voluntária de sacrifício para auxiliar na construção de uma obra mais profunda de respeito à vida?

Teria o assassino alguma ligação com forças tenebrosas das trevas e que o prepararam pacientemente para levar a efeito um plano de vingança ou propaganda dos seus ideais de domínio e opressão contra as hostes libertárias da luz?

Muitos podem estar pensando que essas dúvidas são precipitadas, inconvenientes e até descabidas num momento de choque e luto como esse. Mas de que adianta o silêncio senão aumentar ainda mais a sensação de impotência diante de um fato tão absurdo?

Devemos nos contentar com explicações racionalizadoras da ciência ou também podemos nos valer de uma filosofia que nos leva a questionar o que está por trás desses acontecimentos que jamais poderão ser classificados como normais ou simples tendência de uma época comum?

Queremos saber. Todos queremos saber.

2 comentários:

Anônimo disse...

realmente, amigo. TODOS esperamos uma resposta pra tamanha animalidade e covardia.
Fique com Deus.

Ivomar Costa disse...

Em sua grande maioria, a população fica chocada com tais atos tresloucados. Somente não se chocam os inconscientes e emocionalmente subdesenvolvidos.

Mas, o que normalmente não percebemos que tragédias maiores do que estas acontecem diarimante, e o que é mais estranho, acontecem com a nossa conivência. Diariamente no Brasil muitas pessoas morrem em consequencia de acidentes de trânsito, de assaltos, de desmoronamento, crianças morrem por falta de alimentação adequada e atendimento médico simples, idosos morrem nas filas de atendimento do SUS, enquanto alguns privilegiados recebem beneficios exorbitantes de avoengos que morreram no século retrasado, enquanto a maioria dos aposentados é obrigada a sobreviver com alguns trocados!

Milhões são literalmente roubados dos cofres públicos por alguns políticos e servidores públicos corruptos, deixando ao desamparo milhões de pessoas que seriam beneficiados com os serviços onde seriam investidos aqueles valores.

Essa tragédia é diária, mas como não recebe o destaque da mídia não nos comovemos, a não ser quando somos atingidos por ela.

Até quando continuaremos sendo passivos e considerando nossa conivência como um ato de caridade?

Até quando continuaremos acomodados e considerando nossa preguiça como um ato de pacificação porque não admitimos fazer criticas aos governantes, achando que os espíritos resolverão os problemas por nós?

Até quando fugiremos das nossas responsabilidades de transformar o mundo enfrentando os problemas de frente e sem medo, sem transferi-los para os espíritos e esperando que a "regeneração' da humanidade ocorra pela encarnação de espíritos evoluidos que venham assumir as tarefas que nos cabem?

A tragédia do Realengo é realmente entristecedora, porém, tiremos dai a lição que nos cabe. Esse atentado é um chamado à nossa respondabilidade.