Como estamos construindo e aplicando a ideia da identidade, da essência e das características das coisas espíritas e não espíritas?
Como fica o absoluto e o relativo nessa discussões?
Será que realmente sabemos o que somos?
O critério "absolutamente espírita" exclui todos os livros e práticas que não sejam de autoria de Allan Kardec, o único - em tese - autorizado a dizer o que é o que não é espírita. Todos os demais, segundo esse critério, estão "contaminados" (expressão derivada em oposição à pureza) pela ótica pessoal dos seus autores sobre a doutrina criada por Kardec.
"Pureza" doutrinária é uma expressão que deveria ser banida do nosso movimento, porque nenhuma pessoa, núcleo ou instituição pode se afirmar segura e doutrinariamente pura. Nem Kardec sustentou ou sustentaria essa tese absoluta de pureza, já que permitiu e discutiu, por exemplo, introdução da doutrina cristã (oriental, judaica e romanizada) no movimento espírita nascente. Pelo contrário, ele sempre promoveu o diálogo e o convívio com outras formas de pensamento.
Penso que o termo pureza é sectário, inadequado e exclusivista, para não dizer arrogante.
Deveríamos encontrar e aprender outras formas de dizer o que somos e quem somos, sem demonstrar insegurança, preconceito e presunção.
O Espiritismo já é puro por si mesmo. Impuros são os espíritas com suas manias, neuroses, complexos e incertezas.
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