Muito amigos, e nós mesmos no decurso das nossas experiências, questionamos com muita intensidade as causas de tantos distúrbios nas relações conjugais. Sonhos desfeitos, fantasias desmascaradas, ilusões perdidas. Angústias e expectativas torturantes no coração dos pais e dos filhos.
Como compreender e agir diante de tais situações altamente dolorosas e conflitantes? A renúncia é um benefício ou uma violência ao espírito encarnado? Os filhos podem suportar e superar os traumas da separação dos pais? Eles merecem, compreendem e valorizam esse sacrifício?
Essas questões foram levadas ao médium Chico Xavier numa sessão pública em Goiânia, na década de 1970 e foram assim respondidas pelos Espíritos que o assistiam:
“Por que motivo o casal, muitas vezes, tem no noivado uma paixão marcante e experimenta a diminuição do interesse afetivo nas relações recíprocas, após o nascimento dos filhos ?
Grande números de desenlaces na Terra obedece a determinações de resgates, escolhidas pelos próprios cônjuges, antes do renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão filhos do casal, muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem as dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se aproximem afetuosamente um do outro, segundo os preceitos das leis divinas e formem o lar, desfazendo dentro dele determinadas dificuldades das existências anteriores em motivos de amor e compreensão maior.
O namoro e o noivado, em muitas ocasiões, estão presididos pelos espíritos familiares que serão filhos do casal. Quando esses mesmos espíritos se corporificam em nossa casa, na posição de nossos próprios filhos, parece que há diminuição de amor entre os cônjuges, mas isso não acontece; existe, sim o decréscimo da paixão, no capítulo da afeições possessivas que nos cabe evitar.
Os casais, que experimentam o mesmo desinteresse afetivo, no campo das relações múltiplas, após a chegada do filhos, devem continuar unidos mesmo assim ?
Os nossos Amigos Espirituais explicam que ninguém pode exigir de alguém espetáculos de grandeza e que determinadas situações heróicas nem sempre podem ser abraçadas pela criatura humana. Mas, tanto quanto possível, por amor aos filhos e aos familiares outros, é aconselhável sofrer qualquer espécie de dificuldade para sustentar a família e resguardar a invulnerabilidade do lar.
Se tantos de nós, tantas vezes, nos sacrificamos, de modo quase absoluto, em grandes avais, para os quais não nos achamos preparados, em favor de determinados amigos, porque não nos seria possível igualmente sofrer ou lutar por amor aos filhos e dependentes ?
É uma pergunta para todos nós”.
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