quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Natividade

Keisha Castle-Hughes e Oscar Isaac no filme “ Natividade”, da diretora Catherine Hardwicke.



"Para a encarnação do anjo planetário, o vaso carnal escolhido e já compromissado desde antes de sua reencarnação na Terra, foi Myriam, virgem hebréia de família sacerdotal, filha de Joaquim e Ana. Moravam em Jerusalém, fora dos muros, junto ao caminho que ia para Betânia. Ele era de Belém, da tribo de Levi, da família de Araão e ela de Nazareth, da tribo de Judá, da família de David. Já estavam ambos em idade avançada quando lhes nasceu uma filha que foi chamada Myriam, cujo nome significa beleza, poder, iluminação. Com a morte de seus pais foi ela internada por parentes no Templo de Jerusalém, junto das Virgens de Sião, que nas grandes festividades cantavam em coro os salmos de David e os hinos rituais, pois que as jovens descendentes de tais famílias tinham esse direito e podiam ser educadas primorosamente no Templo, consagrando-se, caso quisessem, a seus serviços internos.

Dois anos depois, segundo revelações mediúnicas, Joseph, carpinteiro residente em Nazareth, cidadezinha da província da Galiléia, usando de um direito que também lhe pertencia por descender da família de David, tendo enviuvado de sua mulher Deborah, filha de Alfeu e ficado com cinco filhos menores, bateu às portas do Templo pedindo que lhe fosse designada uma esposa.

Nestes casos, a designação era feita pela sorte e a indicada foi Myriam.

...dias antes da indicação, estando Myriam sozinha em uma das dependências do Templo... adormeceu e teve um sonho, ou melhor dito, uma visão – pois era dotada de aprimoradas faculdades psíquicas – durante a qual um anjo a visitou e a saudou como predestinada a gerar o Messias esperado.

Surpreendido pela revelação, Joseph, dentro da sensatez que lhe era atributo sólido, guardou silêncio, aguardando o perpassar dos dias; mas estando evoluindo para termos finais a gestação e não podendo confiar em estranhos ou parentes ali residentes, resolveu levar a jovem esposa para Belém onde ela ficaria sob os cuidados maternais de sua tia Sara.

Pois foi ali, naquela cidade histórica, por sido onde Samuel sagrou David como rei, que se deu o nascimento transcendente do Messias Redentor, ao qual foi dado o nome de Jesus


...Contam as escrituras que o evento se deu num estábulo, o que não é de se estranhar, tendo em vista a pobreza e a exigüidade das habitações do povo daquela época, e o fato de que os estábulos nem sempre eram lugares destinados a conter o gado, servindo também de depósito de materiale forragem. É de se admitir que os hóspedes tenham sido acomodados em um compartimento desses, mais afastado do bulício da casa e da curiosidade dos estranhos. Em Belém se encontram ainda vários estábulos desse tipo, que servem, ora para habitação, ora para depósito de combustível e forragem, ora ainda de acomodação a pastores nômades, quando vêem à cidade a negócios”.

Edgard Armond – O Redentor – Editora Aliança


Um comentário:

Ricardo Kane disse...

Por que a vossa designação de Jesus Cristo como "anjo planetário", quando as escrituras dizem ser Ele o próprio Deus?
Onde você leu que Maria era "dotada de aprimoradas faculdades psíquicas"? Quais seriam essas "faculdades"?
Foi por cuidado pessoal de José (não podendo confiar em estranhos ou parentes ali residentes [sic]) a mudança para Belém ou foi por causa do senso que se fazia à época.
Se o Messias é o Redentor por que o espiritismo fala em pagamento de carma e reencarnação para saldar dívida ou pagar os próprios pecados?