Até a década de 1940 a obra de
Allan Kardec era praticamente desconhecida no Brasil e no mundo. Eram textos de
circulação restrita, quase proibida, semelhantes aos dos antigos autores dos círculos
esotéricos. Essa situação mudaria radicalmente quando vieram à público os
livros de Emmanuel, André Luiz e alguns outros Espíritos, por meio da
mediunidade de Chico Xavier. Essas obras despertaram nas massas a curiosidade
sobre os princípios que norteavam aquelas “revelações”, que na verdade eram
ilustrações das teorias do Codificador do Espiritismo. Nenhuma corrente religiosa
e de pensamento, sobretudo as de origens judaico-cristã, puderam ignorar os
conteúdos ali tratados com tanta clareza desde a publicação de O
Livro dos Espíritos, em 1857. Até mesmo a ortodoxia
espírita, acostumada à abstração dos textos de Kardec ficou chocada com o que
leu e viu nessas narrativas da História, do cotidiano das relações entre mortos
e vivos e também daquilo que para nós seria o futuro da Terra descrito nas
comunidades espirituais. O impacto foi tão grande que até hoje, inúmeros
leitores, incluindo alguns espíritas ainda influenciados pelo ceticismo, se
mostram desnorteados com a articulações de informações ali projetadas pelas
linhas da psicografia. De todas as reações que surgiram diante dessa obra
magnífica, as que mais se mostram intolerantes foram aquelas comunicadas até
hoje por alguns confrades de doutrina, inconformados com a enorme repercussão
dessa nova literatura. Diante desse descaso incompreensível dos pares, os
autores simplesmente deram as costas; e para os demais, que não eram espíritas,
Emmanuel apenas resumiu, dizendo que realmente é muito difícil trazer notícias
sobre o Oceano para quem ainda vive nos limites de um aquário.
2 comentários:
Olá boa tarde.
De fato,temos um divisor de águas no espiritismo e ele se chama Chico Xavier.
Postagem muito interessante. Parabéns.
Realmente, este período foi um divisor de água. SE ninguém nos alerta acabamos por esquecer a importância de certos eventos e períodos. Parabéns pela iniciativa. Mesmo em pequenas doses vamos enchendo vasilhas de conteúdos enormes.
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