Na Era da Globalização cresce admiravelmente o número de entidades espíritas especializadas: ligas, associações, confederações e alianças. Será que está havendo a expansão centros espíritas na mesma proporção?
Estamos, como manda o figurino pós-moderno, nos fragmentando, trocando o simples pelo complexo, o certo pelo incerto.
Também cresceu o número de empresas com fins lucrativos, especializadas em temática espírita e espiritualista, como as editoras e distribuidoras e suas inúmeras publicações. Tudo isso certamente implica no desenvolvimento e organização profissional dessas atividades, o que muda completamente as regras e condições de convívio, relacionamento e participação no meio social espírita. Nossa presença nas estatísticas oficiais atesta o aumento, dia-a-dia, do interesse da sociedade pelo Espiritismo. Mas será que o movimento espírita está correspondendo a essa espectativa?
O Estabelecimento do Espiritismo pelas vias instituicionais, como acontece em todas as demais áreas de conhecimento, corre o risco de afastá-lo cada vez mais da realidade e das necessidades sociais. Tudo em nome velha tradição corporativa, dos estatutos, departamentos, cargos e funções, especialistas, autoridades constituídas e competentes, enfim, o poder do stablishment aristocrata-burocrático. No passado, os estamentos do Antigo Regime, membros da nobreza e autoridades eclesiásticas. Hoje, as classes liberais do Novo Regime, bacharéis, mestres e doutores. Será que estamos no caminho certo? Se o caminho estiver certo, os meios estão eticamente relacionados aos fins, que é o Espírito da Verdade em sua plenitude?
Sabemos da importância jurídica e até da utilidade funcional das instituições, mas Deus nos livre da arrogância e da frieza e que os Bons Espíritos nos afastem da mediocridade.
Arte e Espiritismo
As pessoas não se cansam de perguntar se é possível ensinar Espiritismo nas escolas regulares, públicas e particulares. Afinal, a educação espírita funciona ou não funciona?
Pois bem, essa semana recebemos um material elaborado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, criado especialmente para obter melhores resultados nas avaliações de desempenho escolar. Para a nossa surpresa, o Espiritismo está presente, não como doutrina e didática vertical e horizontal proselitista, mas transversalmente, numa das disciplinas de ensino médio e fundamental. Na apresentação do material, os autores se explicaram de diferentes formas para justificar a escolha dos temas em suas respectivas áreas. Nas Artes, a autora Pepita Prata, bem como sua parceira crítica Gisela Líbera, justificou a escolha de temas intrigantes e provocativos, capazes de deslocar o aluno da rotina para novas possibilidades de leitura de mundo. Optou-se então pelo “sobrenatural”. Numa das atividades, ela propõe que os alunos façam, inclusive, uma entrevista com o coveiro do cemitério. Os temas são realmente intrigantes: “Assombrando e sendo assombrados”; “Assombrações do Recife Velho” e “Morto procura vivo, vivo procura morto”, tudo experimentado na realização de uma peça teatral.
Como professor de História, fiquei morrendo de inveja e também preocupado (Que pretensão!) se o professor de Artes saberia lidar com o assunto... É nessas horas que entra em cena a figura clássica do aliciador. Pelas vias da transversalidade o Espiritismo pode chegar até às pessoas, sem doutrinação, sem proselitismo. Mais detalhes no texto “Espíritos nas Escolas”: http://espiritosescolas.blogspot.com/.
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