Diz ele:
“Apresentava-se ameaçadora e negra a atmosfera espiritual nos arredores do grande orfanato, situado em vasta gleba a sudeste da capital, que pertencera, há mais de um século, a um sacerdote que teve notável atuação nos fatos históricos referentes ao Brasil monárquico; ela era agora disputada por pessoas criminosas, cujo intuito era se apoderarem da terra e aniquilarem a obra grandiosa realizada por uma irmã nossa, já desencarnada, de nome muito conhecido no setor das obras de benemerência espírita. Fechada há algum tempo e rodeada de fluidos e vibrações mortíferas, o grande edifício se apresentava sombrio e quase inacessível. Somente com a interferência de uma jovem índia, muito bela e cheia de luz espiritual, foi possível constatar, rapidamente, que o prédio estava ocupado por inúmeras entidades desencarnadas. Após colocarem à entrada um guarda índio e reunidos para examinarem a situação, compareceu ao nosso local de trabalho uma entidade sacerdotal, trajando uma túnica bege e uma cruz vermelha ao peito o qual, com desembaraço e sem o menor constrangimento, declarou que viera espontaneamente nos procurar, após entendimento prévio com o chefe índio encarregado da vigilância espiritual da propriedade, na parte exterior. Explicou que instalara no casarão um posto de socorro, para recolher companheiros desencarnados que permanecessem estagiando, até que tomem rumo. São independentes no seu trabalho e, se ali se estabeleceram, foi porque encontraram o prédio praticamente abandonado; e consolidaram a ocupação porque o abandono, ultimamente, se completou ( o que era realmente exato). Demos-lhe o motivo do abandono, efetivado pela direção anterior do orfanato e lhe afirmamos que se tratava de uma situação transitória”.
Na sequência da narrativa Armond explica que foi solicitada a intervenção do plano espiritual superior, surgindo no local um emissário de Ismael, que instruiu e conduziu o sacerdote e seus tutelados para uma região do litoral norte de São Paulo, instalando ali um novo núcleo de socorro espiritual. Os videntes descreveram em detalhes as novas instalações idealizadas e plasmadas pelo emissário e também uma projeção antecipada de um grupo de crianças em franca correria pelos pátios do antigo casarão. A obra do orfanato seria restaurada.
Outros relatos sobre o mesmo assunto esclarecem melhor essa ação socorrista conjunta entre encarnados e desencarnados, permitida pelo conhecimento e experiência em trabalhos mediúnicos em bases espíritas. Falando de Carlos Jordão da Silva, pioneiro espírita e também militante da FEESP (60 anos de Espiritismo), Ary Lex escreveu :
“Foi diretor financeiro do Lar Anália Franco, entidade criada pela grande educadora Anália Franco, no Alto da Mooca, na avenida Regente Feijó, em vasta área territorial comprada em 18 de fevereiro de 1914. Jordão e o Sr. Braga, também dirigente do Lar, lutaram durante anos para evitar que mais da metade da área (cerca de 40 mil metros quadrados) fosse grilada, mas não conseguiram impedir, graças à corrupção existente em cartórios e outros setores. Hoje centenas de casas e várias ruas estão em área que pertenceria ao Lar”.
Para saber mais sobre Anália Franco:
http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae459.html#Entrevista
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