sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Edgard Armond e Unificação

A urbanização industrial paulistana na visão modernista de Tarsila do Amaral


“É fora de dúvida que a Terceira Revelação se limitou a assentar as bases fundamentais da doutrina e quando se referiu a fenômenos objetivos, fê-lo somente no grau que comportava a inteligência da época, o que aliás, é comum suceder porque, como sabemos, a revelação divina tem sido sempre parcial e progressiva (...) Nisso vemos a sabedoria que inspirou o Codificador, não se referindo a coisas que só serviriam para estabelecer confusão em mentes retardadas, discórdia em agrupamentos pouco coesos, separação entre adeptos ainda imperfeitos de uma doutrina de tão alta espiritualidade. Os Espíritos não quiseram, como se vê, dar campo a divergências, sabendo como sabem que todas as religiões, surgindo centralizadas e uniformes em seus nascedouros, logo depois se dividem, cindem-se em agrupamentos diversos formando cultos e seitas que, conquanto muitas vezes permaneçam fiéis à origem comum, apresentam no correr dos tempos, por efeito da intervenção do agente humano, aspectos diferentes, mais ou menos profundos, de compreensão e interpretação. Apesar da Codificação, a doutrina não é compreendida por todos da mesma forma e no mesmo sentido; nem mesmo é alimento comum para todos os paladares e em todos os climas. Por isso agrupamentos vão se formando aqui e ali, mais ou menos numerosos e coesos, tentando reunir-se em torno a estandartes comuns. Parece que as esperanças da Unificação já estão se realizando: não tendo havido nascedouro determinado; não tendo a doutrina surgida centralizada, caminha agora em sentido inverso, tentando unir-se ao invés de separar-se. Outro detalhe notável é este: nesse panorama geral um ponto se destaca como o mais nítido, mais definido, de movimento mais acelerado e mais amplo – o Brasil – onde o movimento já atingiu um grau de cristalização apreciável tendo, além disso, encontrado um ponto comum de concordância: o Evangelho do Cristo, onde já formou um corpo bem plasmado cuja cabeça, nos planos espirituais, ligados ao nosso país é aquele que denominamos o apóstolo brasileiro, Bezerra de Menezes, o guia desta Casa.”

Edgard Armond, Conferência na FEESP, 1943 - in O Espiritismo e a próxima Renovação. Editora Aliança. 1ª ed. 2002.

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