A médium Yvone Pereira deixou no livro Devassando o Invisível preciosos ensinamentos aos médiuns e estudiosos do Espiritismo. Cuidadosa no trato doutrinário e nos comentários sobre os fatos narrados, a médium expõe em crônicas cenas e personagens do mundo invisível evocando, o tempo todo, os autores clássicos, bem como os mais prestigiados continuadores de Allan Kardec. Numa dessas crônicas – Como se trajam os Espíritos... – Yvone rememora suas experiências com as visões daqueles que se lhe apresentaram mais belos e bem trajados, sejam materializados durante a vigília, seja durante o desdobramento do corpo astral. Ela começa pelo Espírito Charles – cujos trajes variam entre os costumes ocidentais e orientais (príncipe da Índia). Descreve Chopin e Victor Hugo, envoltos numa névoa azul translúcida. Cita também uma falange de iniciados hindus (da qual ela se declara pupila) com seus trajes típicos marcados pelos turbantes. Depois descreve o esperantista Zamenhof, segundo ela, mais humanizado e vaporoso, com um terno do século XX. As curiosas descrições são encerradas com uma entidade talvez até hoje não identificada precisamente e que ainda desperta dúvidas e especulações nos antigos e novos leitores de Yvone. Quem seria tal entidade de aparência angélica?
Vejamos como a médium a descreveu:
“E, finalmente, um vulto muito nobre, observado no ano 1930, cuja identidade ignoramos, mas a quem denominamos Anjo Guerreiro, pelas particularidades do quadro em que se deixou contemplar. Acreditamos, porém, tratar-se de algum integrante da legião protetora do Brasil, ou do movimento Espírita no Brasil. O certo era que trajava uma túnica grega, curta, atada por um cinto dourado; diadema discreto, um simples friso de ouro, à cabeça, e guiando um biga romana como que construída de alabastro. Com a destra, empunhava as rédeas, sem que, todavia, aparecessem cavalos, e, como a sinistra, uma flâmula de grandes dimensões, alvinitente, onde se lia – “Salve, Brasil imortal!”
Estampava-se visivelmente nessa entidade, assim materializada, o tipo oriental, o árabe, evocando também o tipo brasileiro muito conhecido no estado de Goiás. Era jovem, belo e sorridente, e um luzeiro cor-de-rosa envolvia-o, espraiando-se em torno e se estendendo longamente sobre uma multidão que cantava hosanas e empunhava pequenas flâmulas, multidão que seguia em cortejo atrás da biga. Não nos estenderemos em particularidades quanto à essa visão, por não julgá-la interessante para essas páginas. No entanto, jamais fomos informada da identidade de tão formoso Espírito. Acrescentaremos, apenas, que sua aparição assinalou etapa definitiva em nossa vida e em nossos labores espíritas”.
Então? Nossa mente não permite nenhuma certeza e até nos convida ao esquecimento desse episódio que a razão humana não consegue compreender totalmente. Porém, o coração prossegue curioso e pergunta: Não seria Ismael, o Espírito dirigente dos antigos operários que se reuniram nos grupos que dariam origem à Federação Espírita Brasileira?
Certeza, certeza nunca vamos ter, mas é certo que também gostaríamos de ver essa verdade parcialmente revelada através da obra descritiva de um artista plástico, cujos pincéis detalhassem em traços e cores cada uma das palavras escritas por Yvone Pereira.
Artisticamente falando, alguém se atreveria?
PS.
Essa descrição muito se assemelha ao relato de videntes que assessoravam Edgard Armond na Federação Espírita do Estado de São Paulo e na implantação ali da Escola de Aprendizes do Evagelho, na década de 1940. Segundo esses médiuns, entre eles o famoso pintor Lopes Leão e o cabelereiro Luiz Verry, além de Ismael, as entidades mais destacadas na chefia dessas legiões eram antigos cruzados, principalmente Ricardo Coração de Leão. Ver detalhes dessa narrativa de Armond no capítulo VI da Nova História do Espiritismo. Foi de uma dessas legiões que partiu a idéia de fundar o CVV - Centro de Valorização da Vida CVV, obra de prevenção do suicídio que Yvone reconhecia ser uma extensão encarnada da legião dos Servos de Maria.
Vejamos como a médium a descreveu:
“E, finalmente, um vulto muito nobre, observado no ano 1930, cuja identidade ignoramos, mas a quem denominamos Anjo Guerreiro, pelas particularidades do quadro em que se deixou contemplar. Acreditamos, porém, tratar-se de algum integrante da legião protetora do Brasil, ou do movimento Espírita no Brasil. O certo era que trajava uma túnica grega, curta, atada por um cinto dourado; diadema discreto, um simples friso de ouro, à cabeça, e guiando um biga romana como que construída de alabastro. Com a destra, empunhava as rédeas, sem que, todavia, aparecessem cavalos, e, como a sinistra, uma flâmula de grandes dimensões, alvinitente, onde se lia – “Salve, Brasil imortal!”
Estampava-se visivelmente nessa entidade, assim materializada, o tipo oriental, o árabe, evocando também o tipo brasileiro muito conhecido no estado de Goiás. Era jovem, belo e sorridente, e um luzeiro cor-de-rosa envolvia-o, espraiando-se em torno e se estendendo longamente sobre uma multidão que cantava hosanas e empunhava pequenas flâmulas, multidão que seguia em cortejo atrás da biga. Não nos estenderemos em particularidades quanto à essa visão, por não julgá-la interessante para essas páginas. No entanto, jamais fomos informada da identidade de tão formoso Espírito. Acrescentaremos, apenas, que sua aparição assinalou etapa definitiva em nossa vida e em nossos labores espíritas”.
Então? Nossa mente não permite nenhuma certeza e até nos convida ao esquecimento desse episódio que a razão humana não consegue compreender totalmente. Porém, o coração prossegue curioso e pergunta: Não seria Ismael, o Espírito dirigente dos antigos operários que se reuniram nos grupos que dariam origem à Federação Espírita Brasileira?
Certeza, certeza nunca vamos ter, mas é certo que também gostaríamos de ver essa verdade parcialmente revelada através da obra descritiva de um artista plástico, cujos pincéis detalhassem em traços e cores cada uma das palavras escritas por Yvone Pereira.
Artisticamente falando, alguém se atreveria?
PS.
Essa descrição muito se assemelha ao relato de videntes que assessoravam Edgard Armond na Federação Espírita do Estado de São Paulo e na implantação ali da Escola de Aprendizes do Evagelho, na década de 1940. Segundo esses médiuns, entre eles o famoso pintor Lopes Leão e o cabelereiro Luiz Verry, além de Ismael, as entidades mais destacadas na chefia dessas legiões eram antigos cruzados, principalmente Ricardo Coração de Leão. Ver detalhes dessa narrativa de Armond no capítulo VI da Nova História do Espiritismo. Foi de uma dessas legiões que partiu a idéia de fundar o CVV - Centro de Valorização da Vida CVV, obra de prevenção do suicídio que Yvone reconhecia ser uma extensão encarnada da legião dos Servos de Maria.
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